quarta-feira, 18 de novembro de 2009


Conversa de Vampiro
Ator 01: Salve amigo. Sempre na noite. Sem sono?
Ator 02: : Salve querido! Cada vez sentindo menos sono...
Ator 01: Seres noturnos são diabólicos
Ator 02: Capaz, apenas um "doce vampiro".
Ator 01: Doce aos seus lábios, aos olhos dos mortais é o mais rubro sangue
Ator 02: Que se torna vida ao escorrer pela garganta abaixo...
Ator 01: :Antropofagia pura.Corpo e sangue
Ator 02: "Toma este é meu corpo..." sempre voltamos a isso, não é?
Ator 01: Sempre. Pura antropofagia, o mais sagrado e o mais nauseante juntos. Grotesco e sublime
Ator 02: É bem a representação do Humano...Os Deuses e seus delírios são projeções de nossas nobrezas e desgraças.
Nós os fizemos "humanos" para não sentirmos remorsos...
Pela caricatura grotesca do divino que nos tornamos
enfim, humanos! Comida de vampiros
Ator01 : Precisamos sempre de sangue e carne
para sobreviver Será que algum pastor já citou Drácula na santa ceia?
Ator02: você anda com fome?
Ator 01: Cada dia mais com fome. Da carne só me resta a apreciação e diante das qualidades de sangue
ainda prefiro um bom Malbec.
Ator 02: perfeito... Mas já saboreou este "sangue" sobre a carne, quente, rija, mas macia? "carne"
Ator 01 :intragável. Passada. Mais que o gosto, me soa o aroma mórbito de carnes em putefrações
Ator 02 só funciona assim:
Precisa ser muito branco como você deitado de bruços...
Derrama umas gotinhas de Malbec ou Syrah na base do pescoço...e deixa escorrer até o reguinho da bundinha...
e aí...desce lambendo, sorvendo!...A cor do vinho escorrendo sobre a pele muito branca...
Ator 01:
Um contraste entre o rubro Dionisíaco e o alvo caucasiano
sendo apreciado de forma sinestésica quase como em um ritual antropofágico.
Ator 02: E dá para brincar de vampiro com muito prazer durante e depois. E sem estragos.
Ator 01:
E ao final pega essa conversa condensa em atos, e terá uma dramaturgia.
Ator 02: Adoro essas brincadeiras... preciso, achar um parceiro que curta isso...o povo anda sem imaginação... triste... patético.
Ator 01: As imagens criadas nesse dialogo fantásticas,
uma mistura Queer, sagrada e profana, com um toque de
ironia, erotismo, pura dramaturgia contemporânea.
Ator 02: Mais do que o sexual, curto muito o erotismo e a sensualidade...sou muito visual preciso desta estimulação
criar cenários...criar
Ator 01: Quer mais fascinante que achar o erótico no grotesco? um erotismo a-romantico
Ator 02: Se a gente pensar bem, o sexo é um ato grotesco
mas se pensarmos que o amor só se sustenta com o sexo... paradoxo
Ator 01: O amor e kitch, o sexo é grotesco
e a imagem que esses dois criam é sublime
ahhh como amo os Pensadores Gregos.
Ator 02:
Eles com certeza amariam você e o elegeria seu Efebo pessoal!
Ator 01
Efebo de Aristóteles, quem sabe em outra vida passada. gostaria muito de poder visitar as vidas passadas
acho que poderia encontrar muitas respostas a essa
Ator 02
eu só consigo "recuar" até a idade média...
Highlands da Escócia e algo perto do Egito...
mas voltando à carne...
Ator 01: Vida, esse recorte evolutivo do espírito.
Falando em carne, acho que já esta amanhecendo,
acho que Morfeu acabou de passar por aqui retirando o espírito do sono, e logo chega Apolo com a coroca de luz...Acho melhor irmos dormir, afinal de contas, daqui a alguns minutos os mortais acordam para viver suas vidas.
Ator 02: Ainda vou guardar um Malbec bem "maduro" para beber sobre a tua barriga. Enquanto a gente discute filosofia!
Ator 01: seria ilário, grotesco e sensual.
Ator 02: Exato!!!
Ator 01: Salve Dionisio
Ator 02: Salve Adonis!
Ator 01: Eparei Apolo
Ator 02: Boa noite meu doce principe da noite! Que seu voo até as cavernas da floresta negra seja suave!
e que a lua ilumine seu caminho
Ator 01: E que assim seja!!

quarta-feira, 8 de julho de 2009

ENTÃO NEH...


Sabe ainda falando da dor da existência

Realmente a dor da existência existe! Depois que postei falando sobre o Michel Jackson e a dor do existir, decidi postar um pequeno texto que escrevi no ano passado. Para quem não me conhece desenvolvo pesquisa acadêmica em torno de gênero e sexualidade, e esse texto partiu de uma reunião com um grupo ativista LGBT onde ficou claro uma “dor da existência”, é claro que afeta na maioria das vezes as pessoas que estão fora do padrão heteronormativo. O texto trata da homofobia internalizada.

Faculdade de Artes do Paraná.

Grupo de estudos: Gênero e sexualidade

Orientação: Guaraci Martins.

Ao assistir a uma reunião do grupo de apoio GLBT “Dignidade” (o grupo reúne GLBT´s para discutir temas referentes ao grupo tais como: preconceitos, medos, direitos entre outras coisas sempre procurando a politização das múltiplas sexualidades), deparei-me com um tema ainda não refletido por mim: a homossexualidade interna, ou seja, o preconceito contra si mesmo ou a auto repressão/ opressão pela sua sexualidade.

Nesta reunião o grupo discutia justamente o tema homofobia internalizada, e presenciei relato dos participantes que consciente ou inconscientemente já passaram ou ainda passam por este problema. Muitos relatos foram colocados como sintomas da homofobia interna, entre eles o fato de se sobrepor social ou intelectualmente perante a sociedade para justificar sua orientação sexual (sou gay, mas sou inteligente, sou lésbica, mas sou rica, sou bi, mas sou bonito etc), casos de tentativa de explicações fisiológicas ou “naturais” para as diversidades sexuais, e ate relatos de auto destruição, como sexo sem prevenção e abuso de drogas e álcool, e suicídio. Muito me surpreendeu o caso apresentado por um dos participantes que veemente tentava impor para o grupo sua teoria de que a “explicação” para as múltiplas sexualidades poderia ser encontrada na ciência ou na natureza, as ânsias por encontrar uma explicação “natural” para sua orientação, esquecendo do sujeito sócio cultural, e colocando nesta esperança racionaria do sexo todo seu sujeito.

Entretanto a homofobia internalizada está presente em simples casos como em brincadeiras realizadas pelos próprios homossexuais, ou ainda negação de seus direitos políticos e sociais (como por exemplo, gays que são veementemente contra a união civil entre pessoas do mesmo sexo, adoção de crianças, etc).

Interessante destacar se a luta pela igualdade política entre os gêneros já encontra barreira quando o sujeito lida com o preconceito exterior, maior será esta barreira se ela for interior, pois será muito mais difícil lutar contra os seus próprios princípios. Como vencer a opressão se ela e criada pelo próprio oprimido?

Boal em seu livro “Arco-íris do desejo” comenta sobre as instâncias da opressão, e nos faz refletir sobre como o conjunto dos preconceitos formado pelas instituições e pelos sujeitos a parte leva a uma interiorização de uma opressão do oprimido contra si mesmo, estas na maioria das vezes fatal, pois o individuo tem o em suas mãos o oprimido (ele mesmo), em uma luta interna, psicofísica altamente destrutiva.

Om Co Tô? Quem Co Sô? Prom Co Vô?

Então neh....

Dizem que é hoje o enterro do tão falado Rei do Pop..Olha para ser bem sincero acho que já estava na hora, será que alguém está esperando ele ressurgir á vida novamente? Michel Jackson não morreu, está junto com Elvis... ouvi essa frase entre as inúmeras piadinhas que comentam a vida do astro.

Bem, essa é outra incógnita sobre sua morte. será que ele realmente morreu? Ou será mais uma de suas excentricidades?. Mas cercado de muitos mitos até na hora de sua morte uma coisa não podemos deixar de ressaltar Michael Jakson deixou seu legado e sua marca na história, deixando poucas possibilidades de ser superado. Acabou sendo um artista completo, sendo finalizado pela dor da existência.

Bem cheguei ao ponto chave dessa conversa a tal da dor da existência. É difícil compreender isso pois ela não é muito explicável. Se a medicina explica ela acaba por colocar o sofredor em um quarto de hospital psiquiátrico, se a religião explica acaba sendo resumida por uma frase simplista “é coisa do diabo” , se for observado por pessoas sem a menor noção de sensibilidade vai acabar vendo que não passa de uma frescura, mas não podemos deixar de frisar que ela existe, e esta ai empregnada na vida da maioria dos grandes artistas. Seria a tragédia necessária na vida para poder criar algo novo e esteticamente belo? Não sei a semiótica e a filosofia pode explicar isso também, mas eu acredito que pessoa como Michel Jackson, Van Gogh, Oscar Wilde entre outros são protótipos de pessoas que viveram suas dores da existência. Sim é chegar no mundo e perguntar a si mesmo sobre o seu devido lugar? Por que sou tão diferente? Qual meu papel? O leitor pode me dizer que isso é a mesma pergunta que todos nos seres mortais fazemos a cerca da nossa finalidade aqui na terra, mas quando se trata de artistas as coisas ficam um tanto pior, ela não vem de um questionamento superficial, e não se acaba com a idéia de que tudo aquilo vem de Deus ou do Diabo. Um dia um amigo disse que essas pessoas eram espíritos que não conseguem encontrar seu caminho aqui na terra, que já evoluíram e tiveram que voltar para esse mundo com o intuito de resolver algumas pendências passadas, como são seres já evoluídos acabam surpreendendo nos pobres humanos em fase de evolução, alguns guardam para si, outros ficam loucos e a maioria utiliza a válvula da expressão artística para poder descarregar essa frustração com o cosmos. Bem como você percebeu, explicações não faltam para essa excentricidade artística, biológica, espiritual, social, filosófica, etc, mas mesmo assim não respondemos os grandes questionamentos da humanidade Om Co Tô? Quem Co Sô? Prom Co Vô?

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Então neh ...


Sabe aquele dia que você acorda do nada e diz para você mesmo: __ Acho que vou criar um Blog, pois eh esse foi um dia desses. Na verdade meu amigo Airton já havia me dito muitas vezes que eu deveria ter feito isso a muito tempo, mas sei lá, as vezes da uma preguicinha de pensar e escrever. Artista tem um negocio muito difícil, eles não sabem usar so um código para se expressar, sabe de pensar que a gente só tem 23 letrinhas para se expressar (24 agora com a reforma ortográfica neh), mas é muito pouco, e pior ainda, tem que ficar combinando elas para que fique legal e tal. Seria bem mais legal se a gente pudesse usar imagens, e conversar de verdade, e tipo usar a linguagem performatica mas acho que dessa forma ninguém vai ter saco para ver meu blog, então á princípio (somente á princípio) eu vou ficar com as letrinhas mesmo. Até que elas são legais, um pouco limitadas, mas acho que da para dizer muita coisa com elas, o que eu não conseguir eu desenho.



Bem tenho um assunto para falar nesse primeiro post...é sobre William Shakespeare. Ah gente nada de mudar de blog, vai ser bem legal eu garanto.

Esses dias apresentamos com meu grupo de teatro uma adaptação da peça de Shakespeare. Isso fez com que todos reflectissem como o amor é um negocinho estranho. Como é preciso que ele seja acompanhado de algo "ruim para ser bom". Um sentimento tão bonito, pelo menos é o que dizem, deveria ser tão puro quanto sua ideologia, mas nada disso, onde há amor há algo suspeito acontecendo.
Romeu e Julieta são ícones de amor perfeito porque morreram e não tiveram que passar pelas adversidades da vida...
Sabe as vezes e necessário a tragédia para fazer com que a beleza das coisas da vida ressurjam, incrível, pensem bem, sabe quando as pessoas mais ficam humanizadas? quando acontece uma tragédia. Lembro-me quando houve aquele desastre natural em Santa Catarina no final do ano passado, meu Deus quanta roupa, dinheiro, colchão, e sabe la Deus quanta muamba enviaram para lá.
È triste dizer isso mas as pessoas precisam da tragédia para reflectir sobre sua vida, suas atitudes, seus conceitos e pré conceitos, enfim sobre o sentimento humano, seja ele a beleza ou seja la o que for...Por isso os gregos gostavam tanto de escrever tragédias...

"Romeu Romeu porque és Romeu...Meu inimigo é apenas seu nome" Como ouvi isso nos ensaios...