terça-feira, 22 de novembro de 2011

O universo gay nos livros infantis

OLA A TODAS E A TODOS, ENCONTREI ESSA POSTAGEM INTERESSANTE NESSE SITE
de http://www.homorrealidade.com.br/2011/11/o-universo-gay-nos-livros-infantis.html
CREIO QUE POSSA SER INTERESSANTE PARA QUEM TEM INTERESSE EM EDUCAÇÃO INFANTIL, E POR ISSO ESTOU ENCAMINHANDO....
BEIJOS A TODAS E A TODOS....

Por Élio Farias/ Equipe Homorrealidade

Muitos adultos, pais e professores, especialmente os que ainda guardam certos preconceitos, se debatem contra a visibilidade LGBT com a seguinte questão: Como explicar isso para as crianças?

Para esses e para qualquer adulto, um bom conselho é apostar na literatura infantil e juvenil, que vem trazendo bons títulos envolvendo personagens com orientação sexual ou identidade de gênero diferentes da maioria. São livros em que a temática LGBT começa a ser tratada de forma descomplexada e respeitosa, incentivando a interação saudável entre pessoas diferentes e combatendo a discriminação sexual. São livros válidos para crianças e adultos, dando um exemplo de respeito à diversidade. Embora alguns títulos não sejam facilmente encontrados nas livrarias, sempre há opções de compra pela internet. Seguem alguns exemplos:

PARA OS PEQUENOS:


Título: Meus Dois Pais


Os pais de Naldo se separam, e ele fica morando com a mãe. Depois de um tempo, seu pai passa a dividir o apartamento com Celso, um amigo que cozinha muito bem. A mãe do menino recebe uma proposta de promoção, mas precisa mudar de cidade e não quer que o menino troque de escola no meio do ano. Naldo não consegue entender muito bem por que a mãe e a avó não querem que ele fique morando com o pai. A história procura mostrar que as pessoas podem ser diferentes, porém o mais importante é ter uma família que seja amável.

Título: Olívia Tem Dois Papais



Olívia é uma menina esperta, que sabe bem o que quer e tem plena noção de como usar algumas palavras para conseguir o que deseja. Quando tem de ficar sozinha enquanto os pais trabalham, ela diz que está muito 'entediada'. Como não gosta de ver a filha 'entediada', papai Raul para imediatamente de trabalhar e, quando percebe, já está deitado no chão ao lado dela, brincando de filhinho e mamãe, ou cercado por um monte de bonecas. Para chamar a atenção de seu pai Luís, Olívia fala que está 'desfalecendo', afinal de contas, desfalecer de fome é uma coisa muito séria, e Luís é o melhor cozinheiro da família. 'Intrigante' é outra palavra de que Olívia gosta muito, isso porque todas as coisas do mundo são muito intrigantes para ela. Olívia quer saber, por exemplo, como seu papai Raul sabe brincar de boneca e seu papai Luís cozinha tão bem. Quer saber também como vai aprender a usar maquiagem e sapatos de salto alto, se na casa dela não mora nenhuma mulher.


Título: O Menino que Brincava de Ser

Autor: Georgina da Costa Martins
Editora: DCL
Ano: 2000

Dudu, um garoto de seis anos, adorava brincar de ser. De ser fada, princesa e principalmente bruxa. Seus pais ficam preocupados com a situação. Querem descobrir se há como alterar o comportamento do filho, que consideram anormal. Mas o menino conta com o afeto de sua avó. Isso o ajuda a não se intimidar perante os obstáculos. Quer continuar a ter o direito de brincar de ser e de sonhar. Esse livro permite a discussão de temas delicados, como o preconceito e a intolerância, e retrata as conseqüências que a falta de diálogo pode causar à vida familiar.

PARA PAIS E EDUCADORES:

Título : Era uma vez um Casal Diferente - A temática homossexual na educação literária infanto-juvenil


Autora: Lúcia Facco
Editora: Edições GLS
Ano: 2009

A obra de Lúcia Facco procura analisar a literatura infanto-juvenil do ponto de vista dos processos de formação social. Ao perceber como as escolas refletem a intolerância da sociedade, a autora decidiu investigar o processo de manipulação política contido na manutenção de velhos e ultrapassados currículos escolares, analisando como os textos literários trabalhados pelos educadores podem contribuir para a formação de estudantes pensantes. O resultado é um estudo acerca da violência embutida na relação político-social entre oprimidos e opressores. Ao final da obra, um caderno de atividades especialmente direcionado a professores apresenta sugestões para trabalhar em sala de aula. Lúcia Facco é graduada em Letras (Português-Francês), especialista e mestre em Literatura Brasileira, doutora em Literatura Comparada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), crítica literária e escritora.

EM OUTRAS LÍNGUAS


Também encontramos uma reportagem com outros títulos em inglês, para quem tem domínio no idioma. Os livros são antigos, pois a reportagem é de 2006, mas sabemos que boa literatura nunca tem data de validade. Clique aqui e acesse o conteúdo.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Blog com vários filmes com temática LGBT


Ola galera encontrei esse blog com links para baixar vários filmes com a temática LGBT.
Legal e baixar o filme assistir e depois adquirir o filme no Estante Virtual, afinal de contas maioria deles esta la por menos de R$ 20,00 (Abaixo a pirataria neh kkk)
Vale a dica...
Abraço a todas e a todos

Prof. Reinaldo Kovalski de Araujo

http://gayload.blogspot.com/

http://www.cocaepipoca.com/search/label/RSC%20GLS

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

VIDEOS DA CAMPANHA: ESCOLA SEM HOMOFOBIA

ESTOU POSTANDO OS VIDEOS QUE RESULTARAM EM TANTOS PROTESTOS MORALISTAS E HIPÓCRITAS REFERENTE AO COMBATE A HOMOFOBIA NAS ESCOLAS.


VÍDEO 01 (PROBABILIDADE)
http://www.youtube.com/watch?v=ibORExrwVuk&feature=related

VÍDEO 02 (TORPEDO)
http://www.youtube.com/watch?v=uCrGvYQxnOM&feature=related


VÍDEO 03ENCONTRANDO BIANCA
http://www.youtube.com/watch?v=VbmU121q0sM&feature=related


ABRAÇOS A TODAS E A TODOS

Textos de Teatro para discussão de Gênero e Sexualidade


Ola amigos
Estou reservando esse tópico para postar alguns textos de teatro que podem ser usados nas aulas para se discutir as questões de Gênero.
Lembrem-se professores, antes de realizar qualquer trabalho Cênico estudE o texto, discuta com os alunos. O ato teatral deve ser livre e metódico ao mesmo tempo para que possa resultar em um bom trabalho.
Caso você tenha algum texto que gostaria de dividir conosco, mande-me, ficarei muito feliz em publica-lo. Abraços a todas e todos


HELP ME TONI
AUTORA: CLEUZA BRANDÃO
(pseudômino de Cleuza Cubas Ribeiro Brandão)
ESTILO: Comédia musical
DURAÇÃO: 01h
CENSURA RECOMENDADA: 16 anos
SINOPSE
Drag queen Kelly vai a uma balada e conhece rapaz interessante. Entre um drink e
outro, acabou acontecendo. No day after, Kelly desconfia de que ficou grávida (piração)
e resolve fazer um exame de gravidez. Desesperada, telefona para Toni, conta o que
aconteceu. Diz que só vai ler o resultado do exame na frente dos amigos mais íntimos.
A reunião começa e enquanto Toni não chega, a conversa segue confusa (os convidados
falando de AIDS, Kelly falando de gravidez).
LINK DO TEXTO: http://www.abglt.org.br/docs/help_me_toni.pdf

O DIÁRIO DE MINERVA
AUTORA: CLEUZA BRANDÃO
(pseudômino de Cleuza Cubas Ribeiro Brandão)
SINOPSE
Tragicomédia que trata do drama de uma transexual feminina em busca de emprego. Em seu
pequeno apartamento, ela cria o seu próprio mundo de fantasias, vivendo uma dupla
personalidade: Hermes (corpo) e Minerva (alma). Além de Dr. X, um boneco de pano que se
transforma em seu psicanalista. Nesse mundo de fantasias, Hermes é seu melhor amigo, mas
os dois lutam pelo mesmo espaço. Quem sobreviverá?
LINK DO TEXTO : http://www.abglt.org.br/docs/O%20DIARIO%20DE%20MINERVA.pdf

terça-feira, 26 de julho de 2011

AGRESTE - TEXTO TEATRO

SEGUE O TEXTO SOLICITADO POR ALGUNS PROFESSORES, O MESMO TRABALHADO NAS OFICINAS DA UTFPR E NOS NÚCLEOS INTINERANTES...


AGRESTE (MALVA ROSA)

NEWTON MORENO
(ADAPTADO)


CONTADOR 01
Ele andava muito para encontrá-la. Mas quando se viam, ficavam, no mínimo, a cinco metros de distância. Nem Um centímetro a mais ou a menos, sempre uma cer¬ca os separava.

CONTADOR 02
Ela sorria de um lado, ele, do outro.

CONTADOR 03
Ele deixava uma flor na cerca, ela ia bus¬car. Ela deixava seu perfume na cerca, ele ia buscar.

CONTADOR 04
Erarn tímidos como caramujos. Preca¬viam-se. Se chegassem muito perto, Deus sabe o que aconteceria. Tinha.alguma coisa no amor deles que não devia acontecer. Mas aconteceu

CONTADOR 05
Por meses, anos. Eles e a cerca.
Ele deixava um beijo na madeira do cer¬cado, ela colhia

CONTADOR 06
Foram, se estreitando. Chocando sua in¬timidade. Confiavam um no outro, que nem a terra na chuva

CONTADOR 07
Ele deixava sangue no arame da cerca ela ia enxugá-lo.

CONTADOR 08
Às vexes, podia demorar um mês para se encontrar. Ela deixava um pedaço de chita do vestido, ele amarrava na enxada. Era lavrador no Nordeste do país. Reino de areia e de sede. Era honesto. Forte. De pele marcada. Não dá para saber a idade. Eram como rochas velhas secan¬do na espera. Sua cultura era o sol. Sua família era o sol.

CONTADOR 09
Ele deixava cuia. Ela colocava cuscuz. Ele comia, sorrindo. Ele devolvia a cuia e ela ia bus¬car e... descobriram um furo na cerca!!!

RUBRICA
Os atores que representam o casal estudam o buraco, cada um do seu lado. Tempo.

CONTADOR 10
incertos. Fingiram não vê-lo. Era um buraco enorme como o sertão. Fingiram por uma se¬mana. Duas. Um mês. A dúvida.

CONTADOR 02
Mas o buraco crescia, como querendo se exibir. A cada vez que voltavam, es¬tava maior.

CONTADOR 03
E eles de butuca no furo. Parecia um açu¬de, tentando-os com sua água escura, escura, cor de enigma.

CONTADOR 04
Se ele tocasse nela? Se ela aceitasse ele?
Às vez, é preciso muita coragem para dar um passo.

CONTADOR 05
Naquela manhã, ela foi sozinha. Firmou-se fren¬te ao buraco. Tomou coragem e cruzou.

CONTADOR 06
Respirou, deu um passo, dois. Parecia um astronauta movimentando-se pela primeira vez na Lua

CONTADOR 07
Uma cri¬ança brincando onde não devia.O que ela não sabia, era que ele estava lá. olhando-a boquiaberto detrás do arbusto. Ela dançava grunhia, sujava-se de terra.

CONTADOR 08
Quando se perceberam, paralisaram. Mas muito, muito tempo. Ele ultrapassou o limite dos 5 metros, aos poucos. Alcançou o hálito ner¬voso dela. Talvez 45 centímetros. Atravessaram!

CONTADOR 09
Correram. De tanta euforia e medo. Levantan¬do uma nuvem de poeira por onde passavam. Uma nuvem como há muito o Nordeste não via.

CONTADOR 10
Fugiram para longe.
Pensaram: chegariam no mar.
Chegariam, se tivessem corrido esse tan¬to de chão pró outro lado.
Avexaram-se no passo com medo de mu¬dar de ideia. O medo deu pressa. As lágrimas dela marcam no chão um caminho.

CONTADOR 01
Num determinado ponto, deram-se as mãos e tranquilizaram-se.

CONTADOR 02
Perfuraram o Brasil mais fundo. Desmon¬taram dos pés no meio da seca. E pensaram que não devia existir urn lugar mais árido que Aquele. Mas o Nordeste surpreende a gente. Vai ter sempre uma rês mais murcha e um filho mais moribundo. O peito arfava de contentamento e pavor. Era como se inspirassem alegria e expiras¬sem receio. Uma pausa de um silêncio pesado.

CONTADOR 03
Desviavam olhares, cabisbaixos. Não que¬riam mostrar a dúvida passeando pelos seus olhos. Pior: não queriam ver nos olhos do outro a dúvida

CONTADOR 04
Voltar? Mesmo se quisessem, não sabe¬
riam como. As pegadas úmidas já nem existiam; foram sorvidas com força per aquela terra sau¬dosa da água.

CONTADOR 05
Deitaram os corpos na sombra de um mandacaru. Na margem do que fora um riacho. O sol já lhes roubara o senso, o tino.

CONTADOR 06
Algo morno crescia na alma. Era um va¬por no forno, no berço, na forma do novo afeto. Estavam à beira de um desmaio. A razão já se afogava com o sol a pino quando urna mu¬lher se desenhava ao longe feito miragem. Veio lenta, feito a justiça. Aproximou-se.

CONTADOR 07
Falava com eles, mas eles não ouviam uma só palavra. Em lugar das palavras, só con¬seguiam escutar os sons das águas. Da sua boca tudo soava gotas de chuva, barreiros cheios, açu¬de vazando, água da calha. Os sons dela eram todos molhados. Ela falava como um rio, aquo¬sa. Foi essa mulher quem os salvou.

CONTADOR 08
Levou ao povoado e tratou de acomodá-los.
Apearam neste arraial. Um pouco de jabá, sombra e água barrenta e recobraram o prumo.
Lá, eles plumaram a vida.

CONTADOR 09
Construíram um casebre.
Cercaram com arame,
Não queriam conhecer os outros, antes de saberem de si.

CONTADOR 10
Ate então, nada das coisas que se permi¬tem marido e mulher. A carne é um compro¬misso mais definitivo. Passou esta cerca, o gado é marcado.

CONTADOR 01
E a noite chegou mais clara que o dia. E os olhos não se prendiam num abraço de jeito maneira. Mas os dois foram se descobrindo aos poucos.

CONTADOR 02
Ela começou pelo seu rosto. Os cabelos dele. Escuros, cabeleira cabocla de filho de ín¬dio brabo. Farto e espesso. Devia de pesar na mão. Devia de quebrar pente fraco.

CONTADOR 03
Ele fazia o percurso inverso. Pôs os olho nos cambito da moça. Urnas canela fina, mas bronzeada, que lhe agradaram os sentido.

CONTADOR 04
E assim se seguiu a malevolente investiga¬ção: ela descendo os olhos, ele subiNdo a vista.

CONTADOR 05
Ela admirava era a dentição dele. perfeitinha. Os dentes que faltavam em cima, ele tinha embaixo; e vice -versa. De modo que quando ele sorria, os dentes se encaixavam num sorriso de um fileira só, mas sem buraco. Mas sorria boni¬to ele!

CONTADOR 06
Uma semana depois, eles se tocaram antes disso so as mãos no meio da correria.

CONTADOR 07
Ouviu-se uma pele rachando na outra acostumando-se um ao outro, deixando o tem¬po passar. Um dia, ela se escondeu embaixo do lençol; ele apagou o candeeiro. Por anos, este fo


o sinal, o código. Sumir-se embaixo do len¬çol. Cobrir a luz, com o escuro. E ele apagou muito aquele pavio.

CONTADOR 08
Como marido e mulher, viveram por vin¬te e dois anos.

RUBRICA
HOMEM DEITADO MULHER AO SEU LADO, VIZINHAS AO REDOR. CLIMA DE FUNERAL.

CONTADOR 09
Morto, ainda vestido para o trabalho, ele dor¬mia sob a mesa da sala. Uns candeeiros velavam o corpo, resguardando sua imagem.

CONTADOR 10
As vizinhas foram adentrando. Vinham fazer quarto pró morto. Já cantavam em suas casas e traziam seus cantos no suspiro da noite.

CONTADOR 01
Todas empregavam as melhores palavras de um parco vocabulário para defini-lo.

VOZES
"Da mais alta estima", "Pareia de Anjo", "Ele¬gante como Jesus", "íntegro como urna rocha".

CONTADOR 02
Era o mais elaborado do seu idioma. O resto
era oração e cântico.
Uma vizinha sentenciou triste:

VIZINHA 01
Ele desapareceu a ela

CONTADOR 03
Eram um casal benquisto. Discreto. Pouco fes¬tivos. Trabalhadores. Sem filhos. Nem seus no¬mes eram conhecidos. Seu Zé, Dona Maria, chamavam eles.

CONTADOR 04
Quieta. A noite parecia uma pergunta di¬fícil. Armava um bote uma arataca.

CONTADOR 05
A sala povoou de mosquito e de mulher. Nunca tão farta. Nem de um, nem de outro. Os homens explodiam seus sentimentos em rojões. Segredavam às estrelas saudades e esti¬ma. Desenhavam lágrimas de luz no céu.

CONTADOR 06
O padre estava a caminho para a extre-ma-unção. Amuada e com fome, a viúva remen¬dava o terno puído para o enterro. O que deve¬ria vesti-lo no casamento. Alguém lhe trouxe um pedaço de cuscuz com leite. Estacionou agulha e linha e comeu. Construiu uma figura triste. Do nada, irrompeu num careta grotesca e chorou. É muito triste uma mulher comendo e chorando. Ainda mais viúva. Comeu até a úl¬tima gota. Levantou-se e caminhou ate Jesus. Beijou o quadro na altura do coração. A vela apagou-se, só se via a luz no coração de Cristo. Deus!! Jogaria terra sob o morto. Murmuran¬do, pedia força para fazê-lo.

CONTADOR 07
Um cortejo entornou na cama o corpo. Cabisbaixos, retiraram-se. O silêncio. Um silên¬cio quc esfriava o sangue e que parecia nunca mais ir embora.

RUBRICA
VIZINHA 1,2,3,4,5 SE APROXIMANDO DO CORPO

VIZINHA 01
Quer vesti-lo, fia?

VIZINHA 02
Ou quer que nóis ajude?

MULHER
Não. Pode troca.

CONTADOR 08
Um minuto depois, deixou escapar...

MULHER
unca que vi Etevaldo nu.

CONTADOR 09
Revelou. Como se nem ela mesma quisesse ou¬vir aquela confissão.

MULHER
Fechava os olhos quando eLe me machucava.

CONTADOR 10
À noite. No bieu. Através do lenço!, Desoonhe-cia aquele corpo, mas amava-o. Confessou, roxa de vergonha. E era a primeira vez que ela falava com alguém mais que duas sentenças.

VIUVA
Se for pra eu troca, vou ter que apagar o cande¬eiro. Aí vai dar uma trabalheira da gota serena.

CONTADOR 01

Pediu que ficassem. Virou de costas e instru¬mentalizou-as com o Terno. Recolhida. Como se houvesse alguma indecência em ver o marido nu. As velhinhas vestideira começaram a descas¬cá-lo com técnica e indisfarçável contentamento.

VIZINHA 03unc
Quanta virtude, meu amor.

VIZINHA 04
...Quem nunca viu não sabe o que é.

VIZINHA 05
"Veste esta mortalha Quem mando foi Deus; Quem mando vestir Foi a mãe de Deus,

VIZINHA 01
Amarre este cordão Quem mando foi Deus; Quem mandou marra Foi a mãe de Deus

VIZINHA 02
Calça esse saparo . :
Quem mando foi Deus;
Quem mando calça
Foi a niãe de Deus

VIZINHA 03
Bota no caixão (ou rede) Quem mando foi Deus; Quem mando Bota...

VIZINHA 04
Oxente, cadê?.

VIZINHA 05
Maria de Deus, cadê a trouxa?

CONTADOR 02
Assustou-se a velha.

VIZINHA 01
Faz. tempo que eu num vejo um, mas isso aqui
não é peru.

VIZINHA 02
Não se avexe não. Espie melhor. Procure direito.

CONTADOR 03
De costas, a viúva se perguntava ...

VIUVA
Que trouxa?

VIZINHA 03
Deve de tá escondido. As vez tem que ajudar
pró bichinho florescer.

VIZINHA 04
Mulé, ou eu perdi a vista de vez ou a piroca dele é do tamanho de um cabelo de sapo,

VIZINHA 05
Deixe eu lhe ajudar

VIZINHA 01
Menina, ca.de a biíola?

VIZINHA 02
...a bilunga?

VIZINHA 03
...a bimba?

VIZINHA 04
....o ganso?

VIZINHA 05
...:a macaca?

VIZINHA 01
....a peia?

VIZINHA 02
...o maranhão?

VIZINHA 03
...a manjuba?

VIZINHA 04
a macaxeira?

VIZINHA 05
....a pomba?

VIZINHA 01
....o pororó?

VIZINHA 02
o quiri? Olhe ali.

VIZINHA 03
Não, não tá.

VIZINHA 04
Creio em Deus Pai Todo Poderoso..

VIZINHA 05
Olhe A teta.

VIZINHA 01
Menino, isso parece uma piriquita

VIZINHA 02
Creio em Deus Pai, mulher. É um tabaco.

VIZINHA (todas) 01,02,03,04,05
Ë mulher.(gritando) o marido dela é mulher, é mulher é mulher, o marido dela é femea...
(SAEM DO PALCO)

VIUVA
(Sempre de costas ) Posso me virar?

CONTADOR 04
Súbito, uma multidão fez fila na porta do quar¬to. Uma mulher despida sob a cama e outra de costas olhando o retrato de Jesus.
A viúva não entendia nada. Não enten¬dia a morte. Não entendia homem. Naquele momento, só entendia a perda. Incrédulos, al¬guns faziam o sinal da cruz, outros se pendura¬vam na janela para procurar atentos pelo peru. Já havia quem tomasse partido dela.


VOZES
"Foi enganada a coitadinha. A sem-vergonUa
iludiu a bichinha.'7

CONTADOR 05
Outros mais radicais:

VOZES
"Elas vieram foi rugida para sujar nosso lugar
com essa mundiça, coisa do diabo"

CONTADOR 06
Facções se formavam e a notícia galopava.
Nisso, o padre chegou e foi direto cobrir o defunto, ou melhor, a defunta. Expulsou a todos. Trancou-se mais ela. Ressuscitou um can¬deeiro. Tomou coragem várias vezes para falar algo. Ponderado, começou:

PADRE
Minha filha, você dormiu com uma mulher.

MULHER
Não, seu padre, eu dormi com Etevaldo. E nun¬ca que gostei. Sabia que num devia.
PADRE
Creio em Deus Pai.

MULHER
É por isso que o senhor tá brabo?

PADRE
Não

MULHER
Dormimo junto porque ele gostava. Mas ele me jurou casamento. Se o senhor quiser, eu me caso com ele morto mesmo. O vestido tá aqui guar¬dado.

PADRE
Não é ele, mocinha. Ë ela.

VIUVA
É Etevaldoí Benza ele, benza,

PADRE
Nunca!

VIUVA
Benza; padre, eíe é devoto de Santo António.
Temente a Deus. Queria até casar na Igreja.
PADRE
Vou rezar por você.

MULHER
Por mim, não, padre. Reze por ele. Ajude ele a morrer.

PADRE
Não posso. Morreu em pecado escuro.

MULHER
Dê descanso a sua alma.
Abençoe o sono dele.

PADRE
Não posso! Todo mundo sabe que eu vi sem roupa.
Eles sabem que eu sei que ele é mulé. Pelo menos se tivesse me chamado antes, nos teríamos feito de outro jeito. Ninguém tomaria conhecimento, minha filha. Já enterrei gente que nern você e ela.... Gente que mor¬reu fazendo menos barulho. (Pausa) Você o ama?

MULHER
Num sei o que é isso não. Eu queria ir mais ele.

PADRE
Que Deus lhe abençoe. (SAI DO PALCO aos gritos)
Herege! Herege!!

CONTADOR 07
Estatelada no chão, viu o padre sair da casa. Levantou-se a custo. A casa estava vazia agora. Escura. Agarrou-se ao candeeiro. Cobriu seu marido. Sem investigar-lhe a nudez. Incomo¬dou-a estar só. Queria cantar para ouvir alguém. Não sabia se Jesus estava com ela ou não. Tinha Deus como uma certeza, mas às vezes achava que Deus podia aparecer, tomar um café, enro¬lar um Rimo. Ficar mais íntimo. Gritos rodea¬vam a casa.

VOZES
"Belzebu!".

CONTADOR 08
O delegado apareceu na porta dela com o policial.

VOZES
"Filhas do DeMO

VOZES
Mulesta da pesteí"

DELEGADO
A senhora provocou uma desordem arretada nos arredores. Sabe quem eu sou? Num me conhe¬ce, não? Pois eu sou o delegado. Vim a mando do Coronel Heráclito, conhece? Conhece, sim.
Trabalhou nas terra dele. Foi ele quem lhe deu sustento.

POLICIAL
Disseram que a senhora nunca que pegou bucho.
Uns até desconfiavam, mas acharam que a gala de seu marido era rala. Coronel num gostou de saber de sua historinha, não.
Mandou vim ver de perto essa sem-vergonhice. A senhora deve de saber que ama¬nhã findando o enterro, a senhora vai presa. Isso quer dizer depois que a senhora arranjar um lu¬gar para enterrar seu macho

DELEGADO
(OLHANDO NO CAIXÃO)
Menino, não é que ele é mulher mesmo? Mas é feio feito um macho. E tu ainda tratou bem dessa muié. Tá gorda que nem filho de la¬drão quando o pai tá solto. E tu num sabia, que coronel num gosta dessa esfregação de fêmea com fêmea. Sua saboeira safada. Amanhã, na cadeia, a senhora vai conhecer macho para nunca mais se confundir.

POLICIAL
E para gente num se confundir, para todo mundo saber quaí é a tua raça, coronel quer lhe marcar a cara, como deve se ser feito com codas as vacas do rebanho. (Sai o delegado e o policial)

CONTADOR 09
Ela se sentia um prato de comida estragada. Uma carniça. Um penico. Um escarro. Uma doença. Um pus. Um cancro. Uma gota. Suja, suja, imunda. E não entendia porque. Não ti¬nha cabeça para entendimentos.
Se pudesse falaria no ouvido de Deus. Cantou sua fé com devoção sincera, o que dá no mesmo. Olhe, Música e Deus ninguém vê.

CONTADOR 10
Queria estar com a mãe, queria ter ido no lugar dela quando morreu. Assim como troca¬ria de lugar com Etevaido agora.

VOZES :
Raparigas...
Muie macho...
Filhas do demo...

CONTADOR 01
Foi só delegado sair latindo pela caatin¬ga, e os gritos voltaram. Um grupo velou a ma¬drugada inteira com impropérios, xingamentos, escárnios, maldições, pragas. Criaram um ódio.
Desenterraram a pior parte deles

CONTADOR 02
Desenterraram as piores palavras da língua.
Nem bem a madrugada se punha, tran¬caram portas e janelas da casa delas. Enver¬gonhavam-se delas. Queriam apagá-las de suas memórias. Cercaram a casa. Enterravam-nas vivas.

CONTADOR 02
Não se sabe quem foi, quantos eram. Nem quem acendeu o primeiro fósforo. Come¬çaram a incendiar o casebre.
Mal sabiam que, dentro, a viúva agrade¬cia a benção de morrer com Etevaido.
Temia muito mais viver sem ele, por cer¬to. Tinha cantado bonito, Deus tinha lhe ouvi¬do afinal. O fogo já empenava as paredes.

CONTADOR 03
Mesmo assim, a viúva acendeu o cande¬eiro Viu-se por inteiro peia primeira vez. Des¬cobriu então o que era mulher. Pôs-se aO lado de Etevaldo.
Beijou-o.. Abriu-lhe os olhos no meio do beijo, en¬quanto o fogo ganhava a casa inteira.

CONTADOR 04
O dia amanhecia e as fagulhas resistiram queimando por dias. Cinzas. Silêncio. As fagu¬lhas, em suspenso, como um eco, pairavam, sobre varias gerações.
VOZES
"Uma lavadeira,
um beija-fulô.
Lavava os paninhos
De Nosso Sinhô.
Quanto mais lavava
Mais sangue corria,
Nossa senhora chorava
E o judeu sorria..."

Cruel, A natureza é
Dá o sol na desmedida
Dá um corpo na desmedida
Dá o amor na desmedida.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

filmes sobre relações de gênero e diversidade sexual.

Ola Caras (os) Amigas (os), Alunas (os) e colegas de pesquisa.
Uma professora havia me solicitado a indicação de algum filme que trabalhasse com a temática relações de Gênero e diversidade Sexual, então estou enviando algumas dicas para que possam ser apreciados.
Não fiz nenhuma censura, há trabalhos bons e trabalhos péssimos, cabe ao professor pesquisador realizar a seleção dos melhores trabalhos para sua prática docente.
Lembre que nem todos os filmes e documentários, principalmente tratando do tema gênero e diversidade sexual, são apropriados para exibição em sala de aula, cabe ao professor selecionar o melhor material, e sempre possibilitar a apreciação crítica do trabalho audiovisual.
Havendo alguma duvidas é so mandar e-mail.
Cordial abraço
Relação de Filmes que discutem as relações de gênero e diversidade sexual.

101 Rent Boys
A
A Gaiola das Loucas - 1978
A Gaiola das Loucas - 1996
A Lei do Desejo
A Razão do Meu Afeto
A Última Festa
Acho Que Sou
AIDS - Aconteceu Comigo
Aimée e Jaguar
Alma de Poeta, Olhos de Sinatra
Almas Gêmeas
Amor e Restos Humanos
Amor Entre Iguais
Amor, Valores e Compaixão
Amores Possíveis
Ânsia de Amar
Antes do Anoitecer
Aqui Entre Nós
Armadilha Selvagem
As Duas Faces do Zorro
Ascensão e Queda de Madame Royale

B
Beleza Americana Bent
Berlin Affair Bonecas de Ferro
Bound Corky

C
Caravaggio
Carne Fresca
Carrington
Chuck & Buck
Corações Apaixonados
Crash - Estranhos Prazeres
D
Delicada Atração
Desejos Proibidos
Deuses e Monstros
Diário Roubado
Dois Tiras Meio Suspeitos
Domingo Maldito
Dr. T e as Mulheres
Drag Queen - Uma Paixão de Outro Mundo
E
E a Vida Continua..
E o Michê Vestia Branco
Eclipse de Uma Paixão
Edward II
Entre Amigos
Entrevista Com o Vampiro
Eu Sou Assim
F
Fazendo Amor
Félix de Bem Com a Vida
Felizes Juntos
Festim Diabólico
Filadélfia
Furio
G
Genet em Chantila
Garotos de Programa
Gotas D’Água em Pedras Escaldantes

H
Happy, Texas Henry e June
I
It’s in The Water
J
Jeffrey Jogo Perigoso
K
Kika
Kiss Me Guido
Krámpack
L
La Confusion des Genres
Labirinto de Paixões
Ligadas Pelo Desejo
Loucas Noites de Batom
M
Madame Butterfly
Mandragora
Maurice
Maus Hábitos
Melhor é Impossível
Memórias de Um Espião
Meninos Não Choram
Meu Marido de Batom
Meu Querido Companheiro
Minha Adorável Lavanderia
Minha Vida em Cor-De-Rosa
Morango e Chocolate
Morte em Veneza
N
Não Conte a Ninguém
Navalha na Carne
Nijinski
Ninguém é Perfeito
Noites Felinas
Nossos Filhos
Nunca Fui Santa
O
O Amor Não Tem Sexo
O Banquete de Casamento
O Beijo da Mulher Aranha
O Beijo Hollywoodiano de Billy
O Celulóide Secreto
O Einstein do Sexo
O Expresso da Meia-Noite
O Fantasma
O Marido Ideal
O Oposto do Sexo
O Padre O Paizão
O Par Perfeito
O Princípio do Amor
O Que Eu Fiz Para Merecer Isso ?
O Rio
O Talentoso Mr. Ripley
Oi ! Warning
Os Ladrões
Our Ladies of Assassins
Outra História de Amor
O Casamento do Meu Melhor Amigo
O Casamento

P
Paciente Zero
Parágrafo 175
Parceiros da Noite
Pink Flamingos
Pink Narcissus
Plata Quemada
Por Favor, P
osso Ser Seu Salsichão ?
Princesa
Priscilla, a Rainha do Deserto
Procura-se Amy
Q
Querelle
Questão de Sensibilidade

R
Relações Delicadas
Rick e Steve, O Casal Gay Mais Feliz do Mundo
Ritos de Passagem

S
Saindo do Armário
Satyricon- Segunda Pele
Seis Dias, Seis Noites
Sem Regras Para Amar
Será Que Ele É ?
Servindo em Silêncio
Só Uma Vez
Sobrou Pra Você
Sociedade dos Poetas Mortos

T
Tabu
The Broken Hearts League
The Crying Game The Delta
The Next Best Thing
Three to Tango
Tirando o Couro To Wong Fo, Obrigado Por Tudo, Julie Newmar
Tomates Verdes Fritos
Traídos Pelo Desejo
Transpoiting T
rês Formas de Amar
Tudo Sobre Minha Mãe

U
Um Caso de Amor Um Dia de Cão
Uma Cama Para Três Under Heat
Urbania

V
Vida Nua V
itor, Vitória
Vive L’Amour

X
Xxy
v
Vida Nua
Vitor, Vitória
Vive L’Amour

Fonte: ABGLT

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Relações de Site sobre Cultura LGBT

http://homorrealidade.blogspot.com/

http://acapa.virgula.uol.com.br/

http://www.abglt.org.br

http://para-mocinhos.blogspot.com/?zx=a9ff7e2c38b4a924

Metodologia para aulas de Arte - Trabalhos de Steve Walker


Saudações amigas amigos, companheiros e companheiras de pesquisa.

Aos professores de Arte e interessadas (os)...
Um bom meio de trabalhar diversidade em especial no ensino de arte é propor apreciação ou alguma produção á partir de artistas de retratam o universo LGBT.
Interessante também propor trabalhos que discutam a visão da mulher dentro da arte em especial artistas e sua intenção.
Comece por artistas não muito conhecidos pelos alunos como o próprio Steve Walker e á partir daí chegue aos aos ditos ícones. As vezes inverter a metodologia pode ser algo muito interessante...

Perguntas para reflexão:
- Em quais momentos a arte discute o universos das minorias?
- Existe uma arte LGBT?
- Qual a relação entre o movimento LGBT e a Arte?
- Por que a cultura LGBT esta sendo tão discutida no contemporâneo por algumas linguagens artísticas?
- Filmes de Gênero (você sabe o que é?)

Se alguma professora ou professor propor alguma outra metodologia por favor me escreva, quero para que possamos socializar a ideia.


Abraços

prof Reinaldo K A

Pinturas de
Steve Walker


http://homorrealidade.blogspot.com/2011/06/o-universo-gay-nas-pinturas-de-steve.html


mais sobre o artista
http://stevewalkerartist.com/

O universo gay nas pinturas de Steve Walker

http://homorrealidade.blogspot.com/2011/06/o-universo-gay-nas-pinturas-de-steve.html
fonte:
O canadense Steve Walker (foto acima) começou a pintar quando tinha 25 anos, logo após uma viagem feita à Europa. Como ele mesmo afirma, seu trabalho trata do amor, do ódio, da dor, do toque, da beleza, da solidão, da atração, da esperança, da vida e da morte. Steve diz que a temática é homossexual porque ele mesmo também o é. Como ativista, acredita que todos os gays podem se identificar com seu trabalho onde quer que esteja exposto.

Com uma linguagem dramática, sofisticada e sedutora, a obra de Walker envolve aspectos cotidianos da vida contemporânea. As telas costumam exibir a intimidade entre dois homens ou a beleza de corpos masculinos. Seu trabalho já foi exposto em renomadas galerias do mundo, como Toronto, Montreal, Nova York e Filadélfia.

Veja mais sobre o artista e suas obras em seu site oficial:http://stevewalkerartist.com/

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Relação de curtas Sobre diversidade

EU NÃO QUERO VOLTAR SOZINHO



SILENT


PARK BENCH


CONECTADO


Cabalerno
http://www.youtube.com/watch?v=o2UgFZkCEVk

O AMOR VENCE

O Amor Vence from Sooma Editorial on Vimeo.

DISCUTINDO DIVERSIDADE ATRAVÉS DAS PROPAGANDAS.

Ola colegas

Esses dias uma de nossas colegas me pediu uma idéia para se discutir gênero com comerciais de T.V. Fiquei pensando sobre o assunto e tive a déia de fazer esse post.

Os comerciais são muito interessantes para trabalhar com a temática de gênero dentro da sala de aula, além de curtos, eles possibilitam uma ampla discussão sobre as questões da identidade sexual e o mercado de consumo.

Então fiz uma relação de comerciais de TV que podem ser utilizados para discutir a temática.

http://www.youtube.com/watch?v=8BKYQPIQTi4&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=fjlOeJa75S0&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=pcSO22THO70&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=c7o060R9x1I

http://www.youtube.com/watch?v=-wa40b1C_jc&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=5anyL_SdFic

http://www.youtube.com/watch?v=X653UxZjhio

http://www.youtube.com/watch?v=5CvhPMAFuMw

http://www.youtube.com/watch?v=bB90Vkyqrts&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=bB90Vkyqrts&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=vlSF-pSTHU4

http://www.youtube.com/watch?v=vlSF-pSTHU4

http://www.youtube.com/watch?v=Pu5JppruFGI&NR=1

METODOLOGIAS.
- Podem ser apresentados comerciais e após realização de discussão sobre o conceito de família e diversidade.
Pontos a serem debatidos:
* Qual a relação entre mídia e orientação sexual?
* Os homossexuais possuem maior poder de compra? Por que?
* Por qual motivo a mídia vem dando visibilidade á diversidade?
* A mídia retrata em seus comerciais todos os LGBTS ou existe um estereótipo de gay ou lésbica?
* Por que no Brasil há poucas propagandas focando a diversidade?
* Por que há tantas propagandas de carros para o publico GAY? Carro não é coisa de macho? (saiba direcionar esse assunto professora (o) para não se tornar pejorativo).
* As famílias estão mudando, quais os pontos positivos disso tudo?

- Uma idéia muito interessante é apresentar os comerciais com temáticas LGBT e discutir. Após apresente outros comerciais que possuem um padrão de família heteronormativa, e solicitar para que os mesmos reconstruam os comerciais heteronormativos de forma a dar visibilidade á diversidade. Podem usar para gravar os comerciais os próprios celulares que tanto nos incomodam na sala de aula.
Ao elaborar essa atividade, peça para que as alunas e alunos se sintam dentro de uma agencia de publicidade e que devem de certa forma “vender essa idéia” , veja isso como um trabalho. Dessa forma os conceitos de certo e errado, bom ou mau, moral ou imoral, são deixados de lado para dar lugar há uma pesquisa de alcance estético e institucional.

- Outra idéia e encabeçar uma campanha contra a homofobia dentro da escola, e fazer com que os alunos produzam propagandas e comerciais de combate á homofobia.

- Outra idéia fantástica é pedir para que os alunos pesquisem na internet materiais e propagandas e apresentem gerando uma discussão.


Enfim professoras (os) as possibilidades são infinitas, ainda mais que temos de nosso lados os meios áudio visuais. Se alguém souber de algum outro comercial ou desenvolver alguma outra metodologia por favor me mande o comentário ou o link do vídeo que faço questão de postas no meu blog.
Vamos construir juntos


Espero ter ajudado...

Prof. Reinaldo Kovalski de Araujo





















quarta-feira, 15 de junho de 2011

GÊNERO E EDUCAÇÃO


TIRADO DO BLOG - GÊNERO E EDUCAÇÃO

"A mais tola das mulheres pode governar um homem inteligente" Rudyard Kipling


Gênero e educação trabalha o material ou estudo pesquisado, pensando na teoria em torno da edição e crê no projeto ao ser apresentado, informando a metodologia sobre os trabalhos que são desenvolvidos, por exemplo, a escola da escravidão projetou a Bahia. Valoriza o magistério e a pesquisa, estudando e somando conhecimentos para os trabalhos temáticos; na sua teoria discute-se o gênero e a prática de textos (históricas) abordados. Educação não é objeto e nem temática, ela faz parte do social, da História, são sistemas ligados pela experiência humana e social.

Os judeus foram os primeiros povos a reconhecer e começar a se preocupar com temáticas femininas quando nos referimos ao gênero e educação; as mulheres passaram a ser o sujeito interno da episteme como forma de produzir novos movimentos, as relações dos homens e mulheres são resultados de programas as estruturas maiores em qualquer aspecto em igual, por exemplo, a mulher na Bahia. Recorte: é uma parte do material a ser estudado, é uma questão específica de um todo sobre um estudo, uma pequena realidade que se tornará tema de objeto por que fala de gênero, classe social e etnia: a criminalidade tem cor? Rastros e indícios que o passado pode ter recuperado tal qual como aconteceu, porém o passado não se busca, se estuda sobre esse movimento, a verdade é trazida à tona sob uma perspectiva; são valores elementares da cultura que mudam de um dia para o outro, trabalhando elementos da cultura, simbolismo e valores (eles mudam lentamente).



Existe uma tradição cultural de descriminalização da mulher e isso são formas de conflitos; o homem é forte por que tem poder, esse é um conceito totalmente machista e esse tipo de mentalidade deve mudar, até a bíblia foi produzida para inferiorizar a mulher, sendo necessário críticas sobre a discussão religiosa, se a igreja não é a favor do aborto e do preservativo, por que não faz campanhas contra a discriminalização e contra a AIDS? Isto se deve por ser um pensamento conservador e reacionário, pois esta caminhando por um caminho diferente da evolução para as soluções práticas e de liberdade; são questões de sexualidade e com isso se tiram os direitos, afrontando a realidade, pois em qualquer grupo tem que se ter o direito de se fazer o que quiser e com quem quiser não cabendo a igreja o papel de moralista e se achar no poder de interferir.

MILITANCIA FEMINISTA



Começou no séc. XVIII e na constituição a mulher tem possui algum tipo de papel político, denunciando casos de inferioridade, pois ela era uma mera expectadora, porém se fazia presente o tempo todo, destacou-se pela luta do direito ao voto, a luta contra a descriminalização, pelo sufrágio e pela abolição da escravatura. Nísia Floresta foi uma mulher intelectualizada, era bem quista e traduziu o livro: Reinvidicação dos Direitos da Mulher, pois as mulheres não tinham direito a nada. Em 1879 foi à data em que as mulheres adquiriram o direito de freqüentar o curso superior, mas elas foram o tempo todo prejudicadas pela seleção natural e seus interesses foram colocados em jogo; tinham uma visão ampla da humanidade, eram abolicionistas políticas, muitas famílias foram beneficiadas com isso, através desses movimentos, pois não discriminavam só brancas nem mestiças, elas lutavam pelo sujeito e não pelo gênero, lutavam por etnia, respeito e valores humanos.



A ligação de a mulher ser tão ligada por questões culturais se dá pelas marcas de pobreza, pela sexualidade, pela miséria que são subjetivadas por um simbolismo; a característica feminina não é para ser usada como um trunfo para tirar vantagens, pois cada mulher apresenta-se de forma diferente. Virgínia Woolf foi uma inglesa no início do séc. XX e falava que o gênero é uma divisão na perspectiva lógica e não natural. O conceito de Gênero é abrangente e a história esta associada ao feminismo, denunciando crimes sobre as mulheres, existem ainda algumas feministas radicais que não aceitam de forma alguma dialogar ou manter contato com os homens, pois por terem chegado a esse ponto, é necessário que se entenda o pensamento que as mulheres desenvolveram durante todos esses anos de perseguição e preconceitos.


Objetivo da emergência da categoria do gênero

A participação do movimento não foi geral, pois a mulher sempre foi vitimizada, afinal algumas mulheres do séc. XIX se encontravam em desarranjo com o movimento.
Maio de 68 foi um processo de socialização.

Jules Michelet falava das mulheres considerarem que havia uma tradição entre os séculos, pois o mundo das mulheres era a natureza e o mundo dos homens era a cultura, a luta dos sexos sempre foi lembrada como uma luta na história, ligada à teologia; os estudos ocorreram esse erro de ligar à mulher a natureza. A grande desconstrução da mulher foi quando ela disse que ninguém nasce mulher, e sim a mulher se torna mulher. Aos valores e papéis foram atribuídos mais por fatores biológicos, pois a mulher será sempre mulher e negando isso, negará a sua reimposição de sexualidade, nascer homem é uma marca nata e o que definem o homem e mulher ser o que são depende só do indivíduo.

O que torna o homem HOMEM e a mulher MULHER?


Essa diferença ocorre no campo dos valores, o homem deve ser e fazer, atribuir-se á ele cargos, papéis, são as instituições socializando as pessoas, os valores e funções são atribuídos a cada sexo e o importante será como o caráter será definido. A educação é uma sensibilidade dentro de nossas vidas diárias; as crianças revelam o que elas gostariam de ser quando crescerem depende do que elas fazem quando pequenas, na infância a criança negocia o que quer ser quando crescer e ainda nesse período começa se formar o sentido de ética sexual; a mulher ainda hoje é contida por causa de sua sexualidade, ela ainda em partes não se aceitou, ainda tem problemas graves com a questão da sexualidade, pois é uma cultura que estereotipa uma série de valores e a mulher foi moldada em cima disso, pela submissão, a subjetividade pode ajudar ou atrapalhar na formação.

A informação hoje é um trunfo que as mulheres têm para ajudar a se protegerem e na prática isso acontece quando se protegem de homens ignorantes que tem medo delas e para se imporem, usam da violência para mostrar poder.


Identidade, história e Representação.



Trabalha a prática educativa com o GENERO E EDUCAÇÃO, toda prática relacionada a educação tem que ser pensada em questão de gênero, é uma prática dividida pela sociologia, pois não existe educação com viés sexualmente imposto; a escola é a importância da educação e aprendizagem, mas é também um lugar de divisão da sociedade com seus preconceitos, pois espelha uma tradição e contradição do gênero. Todas as sociedades a partir de suas colonizações privilegiaram as escolas, embora houvesse setores que se mobilizavam para a educação, no séc. XIX o escravo não poderia fazer isso, pois agora eram livres e o serviço que antes era feito por eles, agora não deveriam ser, então surgiram os aprendizes responsáveis por trabalhar os ofícios antes feitos pelos negros e agora pelos brancos, passou a ser uma disciplina do sujeito.




O Liceu incorporou as artes e os ofícios, pois havia uma necessidade de doutrinar os ex-escravos, afinal na virada do século ele era livre; as mulheres pobres tiveram uma ingressão na escola antes que os homens por que eles tinham obrigações para com as famílias e elas sustentariam uma escola anexa instruindo meninas para ensinar as mulheres, além de sustentar aquelas que não pagavam os estudos, eram estudantes marginalizadas pela sociedade, por exemplo, prostitutas, pobres, divorciadas), por isso elas tinham mais perspectivas que os homens, além das escolas serem todas públicas. A grande preocupação era anexar a educação como prática social , se retirassem a educação como prática social, a sociedade perderia todas as instituições, a educação estava entranhada nas estruturas do poder e a uma realidade política.

Existia em trazer a escola para uma análise social, era uma questão de metodologia; A escola normal foi a grande porta de entrada para as mulheres e mesmo assim não eram todas que poderiam participar.

Escola Normal: século XIX: magistério.
Escola Nova: século XIX.
Escola Mista: século XIX.



A postura da professora deveria ser dura e austera, porém maleável no primário, pois lidava com a estrutura de formação do aluno infantil. O contraditório era que as mulheres não se socializavam numa sociedade positivista, onde se falava que seu espaço era uma continuidade de sua casa.Existiam crianças que eram educadas pelas “preceptoras ou casa de mestres” na casa do aluno a professora ensinava com aulas particulares, e isso acabaria contribuindo para i capitalismo.



O caráter sacerdotal do magistério cria um modelo rígido, em determinadas regiões as mulheres tinham que ter autorização dos maridos para estudar ou lecionar e mesmo quando entrassem nas escolas eram “podadas” de certas coisas como fumar em suas próprias casas; a relação professor-aluno era uma reprodução do cotidiano, a separação era feita pela experiência de vida; tudo parecia ser complicado e emblemático, a figura da professora era vista com esse estereótipo em todos os lugares da sociedade, as pessoas não sabiam separar o sujeito do profissional, se apegando a vinculação afetiva, esse tipo de pensamento conduz ao preconceito, a preocupação pois é uma questão de educação. A relação dos professores com as alunas é menor do que as professoras com alunos.


A partir do novo século o magistério se profissionaliza, por causa de sua austeridade, tudo era controlado por um universo de caráter profissional, sisudo e existiam mulheres que gostavam de ter esse comportamento, para manter uma postura rígida perante a sociedade, dava até certo glamour agir assim, eram subjetividades sexuais complicadas a ponto da idéia de namorar ser complicado, pois isso seria uma estratégia matrimonial, um triunfo por ser a pauta das camadas médias e superiores sociais; a discussão terminaria com uma proposta normalista onde a identidade social seria a profissionalizante da educação, dos direitos e deveres dos trabalhadores.


OBJETIVOS DE PROCESSOS



Falta de processo na educação no Brasil, dos indígenas, colonos; o grande problema em relação à educação no Brasil é que ela não era formal, isso se explica pelo fato do homem colonizador no século XV não se interessar pelo país. O Estado não tinha interesse pela cultura da colônia.
Petição: a educação não tinha muita ênfase e a catequese era voltada para a fé educativa. Os sujeitos mais passíveis eram os indígenas e os agricultores, o Brasil saia do processo de atraso e chega aos grandes centros urbanos com uma preocupação do aumento das massas populares, as instituições do novo mundo vão aumentando e surgem o problema com a educação; a mulher não tinha espaço, só às famílias mais abastadas tinham acesso a ela.


A caridade e a assistência são assumidas por ordens religiosas junto com as irmandades, havia um limite de apoio em relação às mulheres que não conseguiam ingressar na escola, pois elas eram pobres e era uma dificuldade mudar essa educação publica a casa não era o lugar ideal para se ensinar esse tipo de ensino, mas para as negras pobres e mulheres da vida eram a melhor opção, ela não podiam abandonar seus filhos, pois a questão social era também uma questão moral por que elas além de tudo eram mães solteiras. Nesse contexto surgiam então as casa de transgressão domesticas de que as mulheres atuavam de forma mais ativas, elas passaram a assumir maior controle de certas posições no lugar dos maridos, elas não eram mais o mito de passividade e não passavam mais aquela imagem de eternas donzelas, donas de seus coronéis.




A experiência coma s mulheres forras: O mito da mulher ausente, as mulheres brancas estavam apenas reproduzindo o status nas colônias, assumindo novos papéis dominadores, as mulheres pobres e negras não eram aceitas ainda no contexto, isso era uma questão inter-racial, ela estava muito mais suscetível à violência urbana e a ataques, mas não era tanto uma questão de gênero, mas de violência e a probabilidade era maior para elas.


A mulher dessa época era parada, ociosa, diferente da escrava que tinha que fazer tudo e ainda dava conta do marido e filhos, ela eram esbeltas enquanto suas donas eram gordinhas, motivo esse que os homens brancos procuravam as mulheres negras por que elas eram mais bonitas e esbeltas, mesmo comendo pior que suas damas. Na prática o relacionamento do patrão com a escrava nadas tinha a ver com dinheiro e sim com prazer da parte dele. As cidades açucareiras em SP e S.Vicente eram voltadas para o patriarcal do homem com poder, isso era algo para se pensar como o homem do patricialismo, como objetivo de violência sexual com duas mulheres, a mulher casada traída e a negra abusada, eram comum isso acontecer assim com os homens velhos se casarem com moças mais jovens.


A autora mostrava as mulheres que tinham a dificuldade de amar, quando eram procuradas somente para copular, mas elas tinham sentimentos; as mulheres iriam buscar sua produção de vida nas escrituras, tudo o que fosse registro de que elas estiveram se empenhando para mostrar que estavam aptas para as mudanças da sociedade, através da herança escrita. O corpo físico demarcado da mulher utiliza e faz usos das características femininas e utiliza como processo de comportamento a praxe, a mulher é feita naturalmente por alguns elementos quando se trabalha a natureza e a cultura, traz valores usuais de como se vestir, se comportar, e essa subjetividade é ruim para ela, quando outro comportamento nas relações se tornaria transgressor nas suas relações.

O lesbianismo/homossexualismo enquanto praticas não cabem dentro de uma sociedade normativa, as pessoas se produzem no embate cultural por causa das marcas fisiológicas. O que torna o homem não são valores, ou os papéis que ele assina enquanto homem, mas todo o conjunto de instituições que dizem como se portar, colocando os valores e atitudes cheios de emblemas e sigmas. A criança não tem uma marca de identidade psíquica formada, a fase adulta é uma faze de complementação, quando as pessoas se descartam, fazem da estrutura humana.


O acumulo de aprendizagem fez com que a pessoa crescesse e aprendesse com os fatos e tudo o que foi aprendido fora do contexto provavelmente causará problemas; existe uma abertura feminina, mas ela é paradoxal e tradicional, a pedagogia produz uma socialização, mas para a mulher essa vanguarda só aconteceu no século XX. A escola, o Estado, a igreja são instituições produtoras do saber ideológico e com formações diferentes para cada cidadão.

O movimento da mulher se une no início século com suas lutas pela inserção na sociedade pelo novo currículo, onde era necessário falar as três línguas da época, pois a educação era uma educação ornamental, tinham que saber também costurar, bordar e se portar com distinção; as mulheres foram precursoras no processo feminista nas causas sociais, porém a pobreza ainda era a pior causa social, ela era igual entre as outras, mas no gênero isso não acontecia. A vulnerabilidade sempre esteve presente em todos os campos para a mulher.


O exercício do magistério colocou a mulher numa posição ”melhor” da qual ela se encontrava, com isso houve a possibilidade de renda, assim ela passou a gozar de certo privilégio; na Velha República existem casos de reclamação de aumento por salários, batendo de frente com os machistas, por que para fundar uma escola para meninas e exigirem novos salários, ia de encontro aos ideais masculinos da época, e com isso elas usavam o apostolado, escrevendo em jornais; alguns valores eram repetidos e reproduzidos numa série de elementos de nosso cotidiano.


As escolas profissionais eram predominantemente masculinas e a mulher professora teria que manter uma postura perante o alunado sobre suas atividades na qual estava exercendo; a solteira e a viúva eram bem vindas, pois eram figuras típicas emblemáticas por não possuírem família e as que saiam “fora da linha” eram criticadas. A viúva-alegre era uma concepção negativa, era como se ela saísse de seu estado de viuvez. O mais importante era como se comportavam em sua cidadania, pois era um processo de construção para suas vidas, a profissão desvincularia a mulher de várias áreas, se assumindo como trabalhadora em classe, gênero e identidade, pois são sempre negociáveis e o sujeito pode ter uma múltipla escolha.

Toda identidade é uma construção.

A importância do Gênero na educação:


Existe pouco compartilhamento político, o gênero desconstrói os esquemas da natureza, seu conceito é emergente, porém não são binários, é uma construção virtual ligado a valores, que não são só sexo, mas liberdades. Não há relação sobre o que se é e o que se pensa, o corpo aparentemente é neutro e sua simetria é utilizada na linguagem do gênero; o conceito é um produto estereotipado construído e desconstruido do conhecimento, pois a assimilação estética em um senso comum é a marca do corpo. O binômio de homem e mulher é atribuído à produção do conhecimento essencialmente masculino, por um determinismo biológico do séc. XIX; a perspectiva do homem antecede a história do gênero, pois:

1ª momento: denuncia a perseguição

2ª momento: nos anos 80 o gênero se torna uma categoria analítica para explicar o gênero homem e mulher.



Marc Bloch ajudam a mulher nos seus estudos, Perrot auto identifica o sujeito no campo dos estudos da mulher, fato que já acontece na academia; nos anos 60 e 70 as universidades eram obrigadas a admitir à presença feminina em seu campus, no Brasil a luta se fazia ainda nos campos do ceticismo, contra os militares e o machismo; a mulher não pode ser colocada nem utilizada como rebelde individualista, pois elas sofriam pela perseguição histórica de dominação.

Michellet diz que a história da mulher não é uma história de gueto, pois o feminismo era uma luta de classe para se buscar uma identidade e até metade do séc. XX não se falava da mulher, mas das mulheres, a feminismo que se apresenta depois já apresentava um outro contesto e não buscava mais uma identidade.


O feminismo elimina as diferenças étnicas junto com a demanda da época, sempre considerando sua historicidade; o feminismo dos anos 80 é chamado de feminismo da diferença e ele era anterior ao sujeito rejeitado, era o trabalho do gênero transformador pelos historiadores, paralelo ao abuso da sociedade em relação à mulher. A história é uma luta de classes, não se pode falar de um simbolismo separado.

A história dos Annales já fazia esse tipo de observação onde buscavam dar um sentido ao sujeito feminino junto com os problemas que apareceriam; por haver uma grande imposição masculina, muitas mulheres se travestiam de homens para poder participar do cotidiano, e do espaço público, a historia sempre procurou fazer denuncias nas discussões de gênero para dar uma idéia das relações e o mecanismo da opressão e como ele se fazia presente, embora fosse uma discussão que revelava submissão. Gênero não é moda, não é estudo e não este ligado a nada.

Todas as modalidades sexuais têm o Gênero como opção de identidade; o magistério e a literatura foram profissões que facilitaram a entrada das mulheres no mundo masculino e nas atividades comerciais e industriais, seriam os discursos mais lidos, comprovando sua autenticidade e empirismo e qualificação antecipando um conhecimento sobre o real, pois o poder de transgressão da palavra escrita torna a idéia de que a política só se expressa através da violência, sendo esse um dos maiores vieses do preconceito.


Machado de Assis participou das transformações dos séculos XIX para o XX, respectivamente com a Semana da Arte Moderna e a Nova República, ele tinha um conceito irônico das coisas, pois era uma época das mazelas do racismo e as amarguras de viver numa época pós escravista, ele manteve uma literatura e antecipou a literatura onde usamos até hoje no contexto contemporâneo pelo tipo de análise fazendo quase que um trabalho de historiador; alguns de seus postulados estão em nossa literatura diária, como as cartas, romances e crônicas.

Nísia Floresta foi também jornalista, literária e trabalhou no magistério.

ESCRITA DO EU


É uma escrita produzida pelo recôncavo do subjetivismo feminino, é uma literatura fechada onde há uma denuncia através da escrita. A pena foi à arma mais poderosa que as mulheres tinham para lutar e era mais poderosa do que qualquer arma de fogo. A história nasceu da Antropologia e tinha como objetivo a cultura do séc. XIX, ela nasceu e continuou com vários de políticas, pois a mulher foi como um apêndice para a antropologia, ela não era usada só no contexto doméstico, privado e familiar, agora ela era vista pela instituição como um dos núcleos da sociedade, algumas mulheres se desagregaram desse núcleo e mesmo assim elas continuaram ganhando autonomia e status passando assim a ser objetos de estudo, sua produção se dava no ramo histórico.


A autora se interessou pelo gênero quando fazia estudos da escravidão em MG, o encontro dela com o gênero foi “acidental”; uma característica dela era incorporar o gênero do universo masculino e feminino sem afirmar o masculino por conta da luta das mulheres nos anos 60. A história das mulheres continua abordando o gênero; no movimento feminista o homem ficou fora desta discussão, não se permitindo discutir a sua questão. Os autores que falavam do feminismo o fizeram a partir de uma nova idéia, um novo conceito com seus significados, tendo a mulher no centro das conversas. O voto é uma demanda e uma bandeira quando o objetivo é angariarem mais direitos e começar a viver num mundo de conquistas; essa luta criou a profissão do magistério e se tornou uma realidade, pois é uma percepção do papel da mulher como mãe e ao mesmo tempo não deixando de ser mulher. O magistério ou escrita são atividades que colocaram a mulher entre outros espaços, dando assistencialismo e fundamentando a profissão para a escolarização.

Curta - Eu Não Quero Voltar Sozinho - Completo






Por Bruno Carmelo, editor do blog Discurso-Imagem.

Embora a atualidade esteja cheia de casos de censura na China, na Rússia, na Líbia, a polêmica em torno deste filme explicitou a execução da censura no Brasil. Ora, existem dois lados muito diferentes em Eu Não Quero Voltar Sozinho, este curta-metragem tão comentado atualmente. Acredito que ambos mereçam igual peso de análise:
O primeira razão, a mais midiática delas, diz respeito à dimensão política que ele adquiriu desde que o governo do Acre decidiu censurá-lo do programa Cine Educação. Este curta aborda duas temáticas sensíveis, uma politicamente correta e aceita (a deficiência visual) e a segunda, tabu (a homossexualidade). Com o pressão de religiosos tradicionalistas, o filme foi banido e, mais do que isso, o próprio projeto Cine Educação foi suspenso.
Após a discussão sobre o kit anti-homofobia, com o papel de políticos como Jair Bolsonaro e diversos religiosos associando homossexualidade a pedofilia, incesto, degradação social e outras atrocidades, mais uma vez um conteúdo educativo sobre a atração entre pessoas do mesmo sexo foi percebido como perigo social. Diversos intelectuais têm protestado, mas infelizmente o peso dos protestos parece inferior à influência de católicos e evangélicos neste governo laico. Têm toda a razão aqueles que protestam, principalmente pelas redes sociais, contra este tipo de atitude que tem se reproduzido com uma frequência espantosa.
A grande ironia é ver que justamente este curta-metragem, de conteúdo mais apolítico impossível, se tornou uma espécie de símbolo da luta contra o fundamentalismo religioso no Brasil. Parece que quanto mais o país se desenvolve, com uma economia estruturada e uma sociedade melhor informada, mais este tipo de conflito entre o novo e o antigo, entre a democracia e a autoridade reacionária, tende a se reproduzir.

Mas isto não é apenas um caso brasileiro. Há menos de um ano, um curta-metragem de animação destinado às crianças de menos de 10 anos intitulado Le Baiser de la Lune, sobre dois peixes machos que se apaixonavam, também foi censurado na França (por extremistas católicos). Novamente, o mesmo medo do proselitismo, de “ensinar às crianças” não apenas que esta orientação sexual é natural, mas também que ela pode ser mostrada como tão legítima quanto o amor heterossexual. O escândalo foi imenso neste país com uma tradição laica significativa, embora a conclusão tenha sido a mesma – o filme foi proibido tanto nas salas de aula quanto nos canais de televisão.
O medo da “contaminação”, do “ensinamento da homossexualidade” explicita o fato de que a condenação dos gays é feita essencialmente por aqueles que desconhecem o assunto, e recusam conhecê-lo. Transformar a homossexualidade numa consequência da (má) educação, ou da falta de afeto, como sugeria Bolsonaro, insinuar que se trata de um fator de moda, externo, imposto ao indivíduo frágil e influenciável, é negar que uma pessoa possa expressar por si própria a atração por outros do mesmo sexo. Esta forma de pensamento faz da heterossexualidade não apenas a única sexualidade aceita, mas a única estimada natural ou possível. Qualquer outra forma de amar é considerada uma perversão, uma deterioração, e por isto mesmo dissociada do afeto e aproximada da depravação sexual.
Por estes fatores, este tipo de caso merece e deve ser comentado com fervor.

Ora, também existe Eu Não Quero Voltar Sozinho, o filme. Para diminuir o caráter “nocivo” deste discurso de acordo com os religiosos, os seus defensores partiram para uma estratégia equivalente, mas simetricamente oposta. Passou-se a defender o curta com unhas e dentes, chamá-lo de realista, humanista, delicado, “necessário”. Passou-se a listar todos os diversos prêmios que ele ganhou. Certamente, esta recepção de prêmios indica que ele teve boa recepção em certos locais – ainda que um festival de cinema e o meio escolar no Acre sejam esferas sociais completamente distintas -, mas finalmente pouco importa se o filme é bom ou não, se foi premiado ou não. Ele não tem o direito de ser proibido – pelo menos não pelo simples fato de relatar um tema tabu.

Insistir sobre a qualidade supostamente excepcional deste filme dentro do debate político implica insinuar que ele deveria ser aceito por mérito, artístico ou não, o que não é o caso. Eu Não Quero Voltar Sozinho deve ser mostrado porque tem direito de sê-lo, como todos têm direito de ver filmes bons, ruins, médios, sobre gays, heterossexuais, pedófilos, padres. Uma polêmica externa ao filme não pode influenciar a análise da obra em si. Afinal, este curta também merece ser visto pelo que era sua intenção inicial, de ser uma obra audiovisual como as outras, sem uso pedagógico a priori.
Ora, enquanto curta, este projeto segue uma certa forma de respeito à homossexualidade que acaba por relatá-lo de maneira singela, sugestiva, lúdica. A frontalidade poderia ser assimilada à provocação, razão pela qual o jogo de insinuações inocentes e praticamente infantis (estes adolescentes brincando de “gato mia” no quarto) é escolhido como alternativa honrosa. O questionamento da homossexualidade está longe de ser complexo, mas também não tem intenção de sê-lo. Este não é um filme para incitar a refletir, ele é principalmente uma “sensibilização” à questão, ou seja, uma mise en scène o mais naturalista possível (luz natural, música ambiente, planos de conjunto) para insistir no fato que aquele tema ali também é perfeitamente natural.
Paralelamente, não se procura nenhum formalismo, nenhuma inventividade plástica que possa retirar a atenção do tema. Este é um “filme de roteiro”, com uma mensagem precisa; ele é um discurso sobre o mundo e não sobre o cinema. A consequência é uma aparência careta, acadêmica, quadradíssima, e perfeitamente consciente disso. Poderia se reclamar de muitas coisas neste projeto, mas não que o diretor “não tem nada a dizer”, como lançam os críticos de vez em quando. É provável que seja pela presença de uma mensagem moral que este filme foi facilmente associado à pedagogia, e ao “proselitismo” (já que, segundo os religiosos, não atacar a homossexualidade é equivalente a defendê-la).
Resta um pequeno filme, pouco pretensioso e mesmo ingênuo, cheio de boas intenções e de uma competência clara mas discreta, preso numa discussão muito superior às suas intenções humanitárias ou cinematográficas. Eu Não Quero Voltar Sozinho se encaixa no momento em que o Brasil reconhece a união civil entre gays mais permanece o país onde mais se assassina transexuais no mundo, uma das oito economias mais poderosas e com maior desigualdade social, que prepara a Copa e as Olimpíadas, mas não consegue controlar a pressão religiosa no Acre. Um país com vários braços, que abraçam causas completamente diferentes e contraditórias.

Eu Não Quero Voltar Sozinho (2010)
Filme brasileiro dirigido por Daniel Ribeiro.
Com Guilherme Lobo, Tess Amorim, Fabio Audi.

COMUM DE DOIS

Segue vídeo da cantora Pity, uma das influentes personalidades do pop rock brasileiro, e que esta nos mp3 de nossos alunos e sujeitos de pesquisa.
Nessa musica chamada "COMUM DE DOIS" ela aborda de forma artística os conceito de "TRAVESTISMO" ou ainda "QUEER".
Muito interessante e faz parte da realidade de nossos alunos.

Lembrem-se que ao tratar desse assunto devem ficar bem claro qual a diferença entre TRAVESTILIDADE e TRANSSEXUALIDADE.

VÍDEO



MAY

OLA AMIGAS(OS) ALUNAS (OS) E COMPANHEIRAS (OS) DE PESQUISA....

TODAS (OS) SABEM COMO EU GOSTO DE TRABALHAR COM CURTA METRAGEM, principalmente pelo fato de você conseguir abrir e fechar uma linha de raciocínio em uma única aula, ainda com o apoio audiovisual, DESCOBRI ESSE CHAMADO "MAY"
"Filmado em Miami, Flórida, o curta metragem "May", traz uma personagem lésbica que leva seus conflitos às últimas consequências".

O vídeo e muito interessante para discutir os dados estatísticos de suicídio cometidos principalmente por jovens ao se deparar com seu desejo homo ou bierótico.
Também é um reforço para discutir um artigo de minha autoria que enviei ha alguns meses sobre - HOMOFOBIA INTERNALIZADA.

abraços a todas (os)

DOCUMENTÁRIO COMPLETO

http://www.youtube.com/watch?v=JmuMPuX1Fa8&feature=player_embedded

quarta-feira, 8 de junho de 2011

NAZISMO E HOMOFOBIA

Me lembro de um filme alemão que assisti chamado “A onda”, onde um professor consegue mostrar a um grupo de estudantes de ensino secundário que era possível mesmo em um mundo dito “civilizado” abrolhar conceitos extremamente Nazista e opressores.

É incrível a capacidade de certas pessoas em formar de modo questionável a opinião popular. Quando o Nazismo se instalou na Alemanha, ele não foi instaurado por Hittler, mas sim por um conjunto de alemães que em nome de algo que julgavam certo, correto, manifestou uma das coisas em que a humanidade mais se envergonha.

É irracional conceber credito a qualquer ato neo-nazista de discriminação nos dias atuais, porem, a máxima se repete ao discutirmos direitos civis á sujeitos LGBT.

Acho incrível quando um grupo de pessoas se organizam em nome de uma fé, em nome de um Deus que julgam sendo de amor, de paz, de fraternidade para negar a outros grupos de pessoas dignidade, respeito, e direito de exercer sua cidadania.
Os “Filhos de Deus” esquecem que seus irmão estão morrendo por amar, que seus irmão estão deixando de viver por medo de mostrar o que são, que estão sendo mortos por serem diferentes, por amarem diferente. E mesmo assim organizam manifestações, ações, para que seus irmão sejam mais e mais discriminados, exilados, segmentados.

Seria realmente a família homoafetiva um perigo tão grande para a família heteroafetiva? Se a família hetroafetiva se sente tão insegura diante dessas manifestações sem duvidas isso demonstra o quanto o conceito de família criado até então está fragilizado.

O que o heterossexual perde ao conceder direitos a um homossexual?
Perde somente o direito de ser opressor,
perde o direito de discriminar,
perde o direito de se sentir superior a outro ser humano apenas por nascer diferente, perde o direito de poder agredir,
perde o direito de ser violento, cruel e desumano.

Você pode me dizer: mas isso tudo não é direito.
Então os heteros não perdem nada....

Antes de manifestar sua opinião “PENSE”
Diga o que quiser, manifeste, mas “PENSE”

http://www.youtube.com/watch?v=q2Qo0lo6MZg&feature=player_embedded#at=339